projeto preliminar

UFSM apresenta estudo de reforma do Teatro Caixa Preta


O projeto prevê a colocação de painéis ao redor do prédio, exceto na fachada. Pretos, eles mantêm o conceito do teatro e ainda sombreiam a edificação, amenizando o calor no verão.Foto: Divulgação


No início de junho, foi apresentado o estudo preliminar para reforma do Teatro Caixa Preta, localizado em frente ao prédio 40, no Centro de Artes e Letras (CAL) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No próprio espaço, os arquitetos da Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra) da UFSM apresentaram os resultados do projeto que prevê melhorias e adequações no local. O evento também contou com a presença do diretor do CAL, Gil Negreiros, e da presidente da comissão do Teatro Caixa Preta, professora Raquel Guerra, do Departamento de Artes Cênicas. A comissão discutirá a proposta e poderá mandar sugestões.

Uma das preocupações do projeto é com a segurança do trabalho. Com isso, está prevista a reforma no piso e adequações no teto, para que possa sustentar apresentações que fazem amarrações nele. Já em relação à acessibilidade, projetam-se estacionamentos acessíveis, que compõem todo um caminho de acesso facilitado ao teatro.

O arquiteto da Proinfra, Charles de Almeida Ferreira, expõe que este caminho é de uma acessibilidade universal, ou seja, que abrange o cadeirante, a gestante, o idoso e a pessoa com mobilidade reduzida temporariamente, dentre outros. Nesse sentido, o projeto de reforma contém um acesso para entrada e saída de público, e outro destinado a quem está nos bastidores. A concepção da entrada é projetada conforme o número máximo de ocupantes.

– É uma entrada desobstruída, completamente aberta. Tem corrimão e guarda-corpo conforme a norma dos bombeiros pede – afirma o arquiteto.

As rotas de saída também deverão ser adequadas. A Proinfra apresentou três disposições diferentes da plateia com o palco, para que em todas elas haja uma saída de emergência viável. Isso vem da própria concepção do Caixa Preta, pensado para não ser um teatro convencional, diferentemente do formato italiano, estrutura onde o espectador fica de frente ao palco.


A característica fachada do Caixa Preta, obra do artista peruano Juan Amoretti, será mantidaFoto: Nathália Schneider (Diário)


Um segundo piso também foi projetado, no estilo mezanino. Perto da entrada, ele comportará a área técnica, que atualmente é de tamanho insuficiente, e um pequeno depósito. Assim, respeita-se o fluxo do espetáculo, ao pensar-se em quais movimentos serão feitos ao longo de uma apresentação e torná-los mais ágeis e funcionais. Nesse ambiente, haverá uma escada e uma plataforma elevatória.

Uma das novidades é a colocação de painéis ao redor do prédio, exceto na fachada. Pretos, eles mantêm o conceito do teatro e ainda sombreiam a edificação, amenizando o calor no verão. Está prevista ainda uma bilheteria antes da entrada no teatro.


HISTÓRICO

O Teatro Caixa Preta foi inaugurado no dia 5 de abril de 1988. Em 1992, o teatro da UFSM ganhou em sua parte externa a pintura do mural 500 Anos da Invasão da América, obra do artista plástico peruano Juan Amoretti. O espaço passou por duas reformas parciais: a primeira delas em 2002, com reparos nas armações no teto do palco e na iluminação, e a outra em 2018, na parte elétrica.


O prédio ficou foi totalmente interditado em 2019 após um acidente com uma aluna, o que evidenciou a falta de segurança do localFoto: Pedro Piegas (Arquivo)

Após mais de três décadas em funcionamento, o Caixa Preta precisou ser totalmente interditado em 2019, quando a aluna Viviane Padilha, estudante de Artes Cênicas, caiu de uma escada enquanto arrumava os refletores para o ensaio de um espetáculo. O incidente evidenciou a falta de estrutura adequada do local.

O fechamento prosseguiu depois durante toda a pandemia de Covid-19. Foi somente em dezembro de 2022 que o teatro voltou a receber espetáculos, com públicos pequenos. As apresentações têm se limitado a espetáculos produzidos por alunos da UFSM.

– A nossa perspectiva é que, assim que a gente estiver regular, com alvarás e toda a reforma, a gente possa receber espetáculos de fora, espetáculos internacionais novamente, e colocar o nosso espaço como um teatro de ponta – projeta a professora Raquel Guerra.


* Com informações da Agência de Notícias da UFSM

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Bernardo Abbad

bernardo.abbad@diariosm.com.br

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